quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ela roubava livros, ele roubava as estrelas.

A pergunta é: E quando o outro é muito mais do que um?

Como todo sofrimento,esse começou com uma aparente felicidade.

O ser humano é contraditório. Um punhado de bem,um punhado de mal. É só misturar com água.

O meu coração é que está cansado.

Pode alguém roubar a felicidade? Ou será que ela é apenas mais um infernal truque interno dos humanos?

Vejo sua feiúra e sua beleza,e me pergunto como uma mesma coisa pode ser as duas.

Afinal, é covardia reconhecer o medo?

Se ao menos pudesse voltar a ser tão distraída,a sentir tanto amor sem saber...

Ela possuía a habilidade singular de irritar quase todas as pessoas que encontrava.

Está aí uma coisa que nunca saberei nem compreenderei - do que os humanos são capazes.

Estão vendo o arranhão dentro de mim? Estão vendo ele crescer bem diante dos seus olhos,me corroendo?

Uma especialista em ser deixada para trás.

Como uma mesma coisa podia ser tão medonha e tão gloriosa,e ter palavras e histórias tão amaldiçoadas e tão brilhantes?

A menina não o produzia com freqüência,mas quando ele surgia,seu sorriso era faminto.

Acho que os seres humanos gostam de assistir a uma destruiçãozinha. Castelos de areia, castelo de cartas, é por aí que começam.

Tudo que pude fazer foi virar-me e dizer a única verdade que realmente sei: Os seres humanos me assombram.

Ele voltou a sorrir. Ela odiava aquele sorriso.

Se preparou para falar,mas as palavras disponíveis eram muito numerosas e rápidas demais.

Desejou que ele a beijasse. Quis que ele arrastasse sua mão e a puxasse para si.

Sua voz era quase inaudível, mas os olhos gritavam mais do que nunca.

É difícil não gostar de um homem que não apenas nota as cores, mas fala delas.

Em algum lugar, bem no fundo, havia uma comichão em seu peito, mas fazia questão de não coçar. Tinha medo do que pudesse vazar dela.

Nada além de pensamentos.

Uma definição não encontrada no dicionário: ‘Não ir embora’: Ato de confiança e amor, comumente decifrado pelas crianças.

A sua fraqueza era a impaciência.

Estampava no rosto uma expressão estranha. Talvez fosse a densidade, o peso da lembrança.

[A menina que roubava livros]



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