domingo, 25 de setembro de 2011

Real fantasia.

Olá, meu anjo negro. Encontro-me sobre medos, os olhos fechados para enfrentar a dor, penso se minha alma ainda pode ser curada... é agora que me afasto?

Isto me parece como um campo minado, tomando todo o cuidado para não pisar em falso. Não, eu não quero que isso acabe em uma explosão. Minhas preces são para que eu não tire de você o que lhe é bom. Minhas preces são para que eu não erre o passo entre esse monte de armadilhas. Mas e minha mente? Busco a fé em esperar. Você compreende quanto sofrimento isso pode causar?

Direto do meu coração: posso continuar vivendo desse modo? Retornar parece mais sensato, no entanto, vim de uma história mais distante. Um estágio anterior seria incompleto em meu caminho, reencontrar o vazio que já não há desde que meu anjo negro me tirou da escuridão fazendo-me sentir meio vivo enfim.

Sim, anjo negro, você é minha chance. A mudança ocorreu ao te ver. Meus olhos estão abertos e há luz. Neguei, não nego. Tanto tempo, mas é meu medo. Ele ainda existe, mas mesmo tendo esse coração partido minha alma não pode partir desse dolorido doce sonho que você me apresentou.


Inspiração: My heart is broken - Evanescence

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Cuca, o Bicho-Papão e o Boi-da-Cara-Preta

Quando bem pequena, na casa também pequena, dormia no mesmo quarto de seus pais - mas não gostava. Vez ou outra (ou sempre) pegava sua coberta junto a seu inseparável travesseiro e ia dormir na sala, no escuro total.
Aos sete anos ganhou um quarto só para sí e desde o primeiro dia dormiu sem reclamações. Nunca deu trabalho aos pais, não havia monstros, fantasmas... Era pequena, mas sentia-se grande assim, independente talvez.
Passaram-se doze anos e ela está em seu quarto, ainda com o mesmo travesseiro, luz acessa, aos prantos, fazendo o possível - e o impossível - para se controlar e não haver outro ataque de nervos que preocupe toda a família. E pensando em como seria bom doze anos a menos para poder chegar ao quarto ao lado e dizer: "Mãe, tô com medo. Deita comigo?"