segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Rara Calma

O tempo voou, nem percebi.
Mas sou o mesmo homem que
um dia você conheceu.
A canção não esqueci.
O menino que há em mim
nasceu para cantar.
Chora como nunca, ao sentir:
ainda estamos juntos aqui.

O espelho me diz que envelheci.
E que mal pode existir
em ter histórias pra contar
dos amigos que aqui fiz?
Quanta coisa se passou...
Ainda estamos juntos aqui.

Abro o coração.
Coloco-me aos seus pés.
Noite escura agora é manhã.
E falo com rara calma:
sou o que sou, sem ti sou fraco,
mas sempre tive você aqui perto de mim.


sábado, 29 de janeiro de 2011

03:08AM

Às vezes me pego a pensar
se chegará um ponto
em que não mais encontrar-me-ei a escrever
e então...
não imagino!



18/01/2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Roupas sujas

Se você se sente insegura quando pensa, simples: o segredo é não pensar!
Por exemplo, imagine-se numa bela manhã. E nesta manhã você se vê rodeada por uma montanha de roupas imundas. É tanta roupa suja que você mal consegue se mover. Sem o auxílio de uma máquina de lavar, você terá de lavar tudo à mão, peça a peça. E então você se sente perdida. Será que conseguirei lavar tudo? Será que todas ficarão perfumadas? Conseguirei alcançar o resultado esperado? E quanto mais você pensa, mais insegura fica. Mas o senhor tempo não quer te esperar. E então? O que você faz? Que tal começar a lavar? E começar pelas peças mais próximas? Pensar no futuro é necessário. Mas se fizer somente isso, vai acabar tropeçando nas roupas que estão logo aos seus pés, não acha? Pense no “agora”. É importante pensar no que pode ser feito aqui e agora. Se você resolver lavar com calma, uma a uma, quando finalmente parar para notar, verá que o sol já estará sorrindo pra você. Isso não impede que a insegurança tente aparecer de novo, mas se isso acontecer, é só dar uma pausa. Então aproveite e leia um livro, assista à tv. Ou convide todos para comer.



Furuba. (Considerando que conheci o texto pela Raíssa, provavelmente é algum desenho japonês, coreano, sei lá...)

Rabiscos

Refugiada por palavras
Pontos.
Vírgulas,
E espaços
Pula a linha

Vira a página
Reticências...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

She's ripping wings off of butterflies....


(...)
O seu coração dói e o meu sangra.
(...)
Borboletas não me trazem medo, me dão vida.
Enquanto muitos as caçam, eu só quero poder libertá-las.

domingo, 23 de janeiro de 2011

É que eu ainda não entendo nada e então quero tudo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

00:54 AM

Um cigarro atrás do outro. Esse jeito de soltar a fumaça, como se houvesse algo preso na garganta - um nó - conheço bem.
Somos tão iguais...


10/01/2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

'Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar.'

Chico Xavier

domingo, 9 de janeiro de 2011

Por favor, para de me dizer sobre meu sorriso. Você não faz idéia do quanto isso me faz chorar.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

02:19 AM

Havia um som me fazendo companhia, mas ele se foi.

Deve ter caído na noite com sua sinfonia para amanhecer em companhias melhores do que a de uma garota que escrever com alguma intenção que nem mesmo ela sabe qual é.
Uma garota. É isso que ela é? Ela não sabe no que se tornou...
Sua mãe diz que sente falta do seu sorriso, da sua alegria, da sua luz. Diz não lhe reconhecer mais.
Enquanto seu pai nada diz. Age de forma como se tudo tivesse certo, mas lhe olha que se disesse para não se esquecer de que ele está junto dela.
Falta! O riso. A legria. A Luz.
Falta magia.
Falta encanto.
Sobra! Medo. Inegurança... De ser feliz. De estar em paz.
Talvez seu lugar não esteja certo, mas ela não possui coragem o suficiente para mudar.
Ela nunca soube lidar com mudanças, só com esconderijos.

Vejam só, o som voltou... Até mais, vou lá aplaudi-lo.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A virada! - um breve resumo.

Uma ponte. Um caminho. Um coelho. O ar livre. Uma coruja. Um novo ano?

Seria um novo rumo, o qual será possível livrar-me de sombras e ficar acompanhada somente pelos fantasmas?

Difícil dizer. A cada momento uma nova mudança. A cada mudança uma certeza diferente – e várias incertezas.

Sensação de que não se deve mudar os passos, mas de que se vai cair em um buraco.

Buraco. Coelho. O país das maravilhas.

Ah, Alice, que saudade de quando acreditava que seria como você.

Cadê o gato risonho para me orientar sobre qual caminho seguir, mesmo que eu não saiba a onde quero chegar?

A sensação de risco me puxa, me traz emoção.

Como Clarice, tudo que eu amo é arriscado, o que obviamente não presta sempre me interessou muito e você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: e daí? Eu adoro voar. Porque, a vida se me é...

E por que a coruja está intacta?



(Não, povo. Não estou usando drogas.)

Essa mania de mãos...


Para que servem as mãos?
As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder,
ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar,
confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar,
acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir,
reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever......
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau,
salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário;
Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não
matou Porcena;
foi com as mãos que Jesus amparou Madalena;
com as mãos David agitou a funda que matou Golias;
as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos
gladiadores vencidos na arena;
Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência;
os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos
vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os
outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e
o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir;
o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar;
o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor
ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios
e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura,
a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas
protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos.
As mãos na agulheta do submarino levam o homem
para o fundo como os peixes; no volante da aeronave
atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do "Homo Rebus" lembra que a mão foi o primeiro
prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida;
a primeira almofada para repousar a cabeça,
a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta,acariciando, mostra a bondade; fechada
e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada
a pena e a cruz!
Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas
e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia
nas formas eternas da beleza.
Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;
doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta
os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão
de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento
de felicidade.
O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;
Jesus abençoava com a s mãos;
as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as
mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica,
ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.
E as mãos dos amigos nos conduzem...
E as mãos dos coveiros nos enterram!

MONÓLOGO DAS MÃOS - Ghiaroni (imortalizado por Procópio Ferreira).