terça-feira, 30 de junho de 2009

"Saudade existe pra quem sabe ter..."


Ok, chega de fugir, vou me afogar nessas sensações nostálgicas de vez... rsrs

E nem ligo que, ao contrário do povinho da minha idade, eu sou noob pra fazer montagens e derivados...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Clarice Lispector IV

"E quando acordava? Quando acordava não sabia mais quem era. Só depois é que pensava com satisfação: sou estudante¹, virgem, e gosto de coca-cola. Só então vestia-se de si mesma, passava o resto do dia representando com obediência o papel de ser."


¹: datilógrafa, no original.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Clarice Lispector III

"Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? Eu adoro voar!"

sábado, 20 de junho de 2009

Clarice Lispector II

"Sentou-se para descansar e em breve fazia de conta que ela era uma mulher azul porque o crepúsculo mais tarde talvez fosse azul,
faz de conta que fiava com fios de ouro as sensações,
faz de conta que a infância era hoje e prateada de brinquedos,
faz de conta que uma veia não se abrira
e faz de conta que ela não estava em silêncio alvíssimo escorrendo sangue escarlate,
e que ela não estivesse pálida de morte,
mas isso fazia de conta que estava mesmo de verdade,
precisava no meio do faz de conta falar a verdade de pedra opaca para que contrastasse
com o faz de conta verde-cintilante,
faz de conta que amava e era amada,
faz de conta que não precisava de morrer de saudade,
faz de conta que estava deitada na palma transparente da mão de Deus,
...faz de conta que vivia e que não estivesse morrendo
pois viver afinal não passava de se aproximar cada vez mais da morte,
faz de conta que ela não ficava de braços caídos de perplexidade quando os fios de ouro que fiava se embaraçavam e ela não sabia desfazer o fino fio frio,
faz de conta que era sábia bastante para desfazer os nós de corda de marinheiro que lhe atavam os pulsos,
faz de conta que tinha um cesto de pérolas só para olhar a cor da lua pois ela era lunar,
faz de conta que ela fechasse os olhos e os seres amados surgissem quando abrisse os olhos úmidos de gratidão,
faz de conta que tudo o que tinha não era faz de conta,
faz de conta que se descontraía o peito e a luz douradíssima e leve a guiava por uma floresta de açudes mudos e de tranqüilas mortalidades,
faz de conta que ela não era lunar,
faz de conta que ela não estava chorando por dentro
pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado..."

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Clarice Lispector I

"É que por enquanto a metarmofose de mim em mim mesma não faz sentido. É uma metamorfose em que eu perco tudo o que tinha, e o que sou. E agora o que sou? Sou: estar de pé diante de um susto. Sou: o que vi. Não entendo e tenho medo de entender, o material do mundo me assusta"



Clarice Lispector é minha escritora brasileira preferida; incrível o modo como me identifico com seus textos, frases, crônica e ultimamente ando me encontrando muito mais nas palavras dela do que nas minhas; por isso, vou colocando alguns fragmentos que gosto, me identifico, ou que estou me idenficando agora.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dia Dos Namorados..

Eu procuro um amor que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei
Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver
E as feridas dessa vida eu quero esquecer
Pode ser que eu o encontre numa fila de cinema,
Numa esquina
Ou numa mesa de bar.

Procuro um amor que seja bom pra mim
Vou procurar, eu vou até o fim
E eu vou tratá-lo bem
Pra que ele não tenha medo
Quando começar a conhecer os meus segredos

Eu procuro um amor, uma razão para viver
E as feridas dessa vida eu quero esquecer
Pode ser que eu gagueje sem saber o que falar
Mas eu disfarço e não saio sem ele de lá

Procuro um amor que seja bom pra mim
Vou procurar eu vou até o fim
E eu vou trata-lo bem
Pra que ele não tenha medo
Quando começar a conhecer os meus segredos

Procuro um amor
Que seja bom pra mim
Vou procurar, eu vou até o fim.


*Frejat

"insônia"

Deitei a tarde (por volta das 16h30) só para descansar um pouco e acabei acordando só agora (2h30), levei um baita susto quando olhei no relógio, pra mim era, no máximo, 19h e eu já estava assustada de ter conseguido dormir tanto.

Dia desses entrei em uma comunidade "Penso, logo não durmo", porque comigo funciona assim, posso estar morrendo de sono que qualquer coisa faz com que eu não consiga dormir, quando não são os meus pensamentos, é uma frestinha de luz, o barulho da tv, ou qualquer outro barulho... Até mesmo durante a semana é raro quando durmo antes da 1h e normalmente acordo antes do celular despertar as 6h. Sempre fui ruim pra conseguir dormir, mas quando dormia tarde, acordava tarde também.
Ando muito espantada em ver como tudo está mudando tão rápido, em como o tempo está passando tão rápido, em como a minha mente anda acelerada e em como meu corpo não consegue acompanhá-la. Ontem estava preocupada com as organizações da minha festa de 15 anos, com o vestido da formatura de 8ª série e caia no choro ao pensar em me separar dos meus amigos. Hoje ainda estou preocupada com a formatura, agora do 3º ano, tem que entregar os envelopes de mensalidade, depois recolher, anotat tudo no caderno, depositar o dinheiro no banco, ligar no salão de festa, marcar reunião... e o vestido? tem que ser longo e eu quero azul, depois eu penso no resto; o Enem é em menos de 4 meses e ele está todo mudado (e eu fui péssima na prova que fiz domingo passado - das 9h ao 12h e depois das 14h as 17h- que simulava como será o novo tipo de prova), agora tem faculdades em que o vestibulando vai depender da nota do Enem pra conseguir entrar, algumas irão usar somente a nota do Enem, outras usarão só como primeira faze e outras não será necessário, mas pergunta se alguém sabe responder ao certo o nome da faculdade que usa, da que não usa... não, ninguém sabe! E pergunta se eu sei qual faculdade prestar... muito menos; do curso não tenho dúvidas, é psicologia, já tá mais do que decidido; agora, o que é melhor, uma pública lá 'no fim do mundo', morando em república com gente que eu nunca ví na vida, tendo que me virar sozinha em tudo e vindo uma vez por mês pra casa ou uma particular que, por ser particular, carrega aquele preconceito de 'qualquer um entra', mas que é 'aqui do lado', que eu posso ir e voltar todos os dias pra casa, ou se for muito cansativo, dá para ficar lá durante a semana e voltar todos os fins pra cá, e onde eu já conheço bastante gente até? SOCORRO!

Não sei nem como terminar o post, por isso vou deixar uma frase do livro "Eclipse":


"Eu sabia exatamente o que queria, mas de repente me assustei com a possibilidade de se tornar realidade."

sexta-feira, 5 de junho de 2009

palavras soltas.

Vamos usar palavras soltas
E brincar com elas
A realidade escondendo nosso medo
Fugindo de verdades
Que só nós sabemos
Que só nós buscamos
Em um mundo onde só nós vivemos.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

é o que me interessa...


Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o teu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa...

*Música: Lenine
*Foto: Gabi Veiga, do Teatro Mágico - tirada no show que eles fizeram ano passado aqui.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Páscoa!

Confesso que me identifiquei com o garotinho! rsrs


Luiz Fernando Veríssimo.

-Papai, o que é Páscoa?

-Ora, Páscoa é.... bem... é uma festa religiosa!

-Igual ao Natal?

-É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressureição.

-Ressurreição?

-É, ressurreição.

Marta , vem cá !

-Sim?

-Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.

-Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido.Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu ?

-Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?

-O que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu !Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã ! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola ? Deus me perdoe ! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!

-Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus ?

-É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.

-O Espírito Santo também é Deus?

-É sim.
-E Minas Gerais?

-Sacrilégio!!!

-É por isso que a ilha de Trindade fica perto do Espírito Santo?

-Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo aprofessora explica tudinho!

-Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa ?

-Eu sei lá ! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.

-Coelho bota ovo ?

-Chega ! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais !

- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa ?

-Era... era melhor,sim... ou então urubu.

-Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né ? Que dia ele morreu ?

-Isso eu sei: na Sexta-feira Santa.

-Que dia e que mês?

- (???) Sabe que eu nunca pensei nisso ? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressucitou três dias depois, no Sabado de Aleluia.

-Um dia depois!

-Não três dias depois.

-Então morreu na Quarta-feira.

-Não, morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas ? Ah, garoto, vê se não me confunde ! Morreu na Sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois!

-Como ?

- Pergunte à sua professora de catecismo!

-Papai, porque amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua ?

-É que hoje é Sabado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.

-O Judas traiu Jesus no Sábado ?

-Claro que não ! Se Jesus morreu na Sexta !!!

-Então por que eles não malham o Judas no dia certo ?

-Ai.... -Papai, qual era o sobrenome de Jesus?

-Cristo. Jesus Cristo.

- Só ?
-Que eu saiba sim, por quê?

-Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?

-Ai coitada!

-Coitada de quem?

-Da sua professora de catecismo!