sábado, 24 de abril de 2010

Os Estranhos

O telefone toca. Ela atende.
- Que voz de choro é essa? - Diz a voz do outro lado da linha.
Provavelmente se fosse outra pessoa nem notaria, mas não ele - ele nunca deixa de notar, seja o que for.

Ela está no limite. Da paciência, da compreensão e - principalmente - do autocontrole.
Precisava desesperadamente de um refúgio e sabia que aquele seria um ótimo programa para isso e mais, que aquela companhia seria - como sempre - perfeita.

- Sente a faixa etária.
- Haha ... Como se não fosse sempre assim. Como se já não estivéssemos acostumados.
Faltava um bom tempo pra começar ainda, deu pra colocarem os assuntos em dia - mesmo que se falassem todos os dias.
Música boa - eles adoram. Fazem comentários. Reparam no comportamento das pessoas que estão alí. Veem graça em pequenas coisas.
A grande maioria - ou até mesmo todas - as pessoas que veem os dois nesses lugares, no mínimo, os classificam como estranhos. Mas estranho para eles seria estar em meio a aglomeração de um local fechado, com várias luzes piscando e um horrível barulho contínuo - que inacreditavelmente classificam como música.

Após...

Clair De Lune - ela ama essa. Piano - e ama vê-lo tocar. Sax.
Ficar sentados no chão, fazendo carinho nas cachorras.
Brincando. Rindo.

Simples. Só. - Como ela queria poder sempre estar com aquela paz.







2 comentários:

  1. só foi perfeito pq eu estava com vc.
    sabe disso não sabe?!

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  2. Lindo! Mas,no meu caso é engraçado pensar,que a mesma pessoa que me trouxe tanta paz um dia,esta fazendo da minha vida um inferno agora,e nem sabe...

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