quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Destinário oculto

(Texto escrito em janeiro de 2010, creio eu)

Você é a única pessoa com a qual eu gostaria de estar agora e isso me deixa louca - ou não.

Já me conformei com o desejo de querer que você deixou de mim desde a primeira vez em que me tocou. Já me acostumei em ter você nos meus pensamentos na maior parte do tempo; em demorar para pegar no sono, pensando em como será que você está sem mim agora (mesmo sabendo que está a mesma coisa, talvez até melhor) e, ao acordar, demorar ainda mais para levantar-me, pois fico pensando se será esse o dia em que você retornará, seja de que maneira for. E o principal: já aceitei para mim levar esse querer, esse gostar comigo, até ele deixar de ser novidade e habitar minha alma tranquilamente.

Não vou esquecer. Não quero esquecer. Não gosto de esquecer. Só esquecemos o que, de fato, não nos teve significado algum. E você teve. Você sabe que teve.

Isso já me ocorreu antes, de maneira diferente, claro, mas já me ocorreu. Faz tempo, muito até considerando os poucos anos que tenho. Foi mágico, foi lindo. Aliás, ainda é, pois eu não esqueci. Guardo cá comigo com muito carinho, mas não saudade. Saudade a gente sente quando algo foi incompleto, ou ao menos até entendermos, aceitarmos que foi completo.

Espero, em algum momento, entender, aceitar o quão completo foi o que ocorreu entre nós. Que, usando um pouco de clichê agora, durou o tempo necessário para ser inesquecível.

Ora, mas que tolice estou falando? Se sei que, verdadeiramente, bem no fundo - ou não - sempre pensarei na nossa amizade, completamente desmoronada, por conta de nossa avassaladora aventura e que, de certa maneira, a culpa foi minha. Sempre aguardarei que, em relação a isso, a nossa amizade, a situação de agora tome caminhos diferentes.

Não há mais o que se falar, preciso ver uma maneira de terminar esse texto. O modo convencional, e também mais fácil, seria dizendo algo como "Não queria que tudo estivesse dessa maneira. Eu amo você e te espero de volta". Mas meu fim não será assim, até porque não estou encarando as coisas desse modo.

Termino dizendo que, apesar dos pesares, encontrei mais alguém que marcou em mim e que isso me faz bem.

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