sexta-feira, 30 de outubro de 2009


Ah, quando eu passar no vestibular...
Vou chegar em casa, quebrar a TV e gritar "Ninguém reclama, quem manda aqui sou eu!"
Vou sair pelo Nordeste viajando por todas as praias e surfando até em poça de lama.
Vou pagar uma babá pra me dar comida na boca e trazer pinico preu num ter que sair da rede.
Vou aprender Alemão, Japonês e Inglês.
Vou tocar violão, baixo, bateria e gaita.
Vou dormir tarde e acordar tarde, dormir cedo e acordar tarde, não dormir e passar três dias acordado.
Vou beber dois barris de chopp, três garrafas de vinho, 1 grade de cerveja e 2 litros do uísque mais caro do super-mercado.
Vou fazer uma camisa com letras garrafais "Eu sou foda" e usá-la quando for mandar cada um que disse que eu não passaria "tomar no cu!"
Vou chegar pro primeiro policial que encontrar na rua e mandá-lo pruma porra, e se ele achar ruim eu digo logo: "Você sabe com quem você tá falando? Eu passei no vestibular!"


Então é isso... embora ainda tenha a prova da Pucc, já posso falar:

EU PASSEI NO VESTIBULAR!

E agora pretendo bebemorar, beijos!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009


Eu que falei nem pensar
Agora me arrependo roendo as unhas
Frágeis testemunhas de um crime sem perdão


Mas eu falei sem pensar
Coração na mão
Como um refrão de um bolero
Eu fui sincero como não se pode ser


E um erro assim, tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar


Num bar
Com um vinho barato, um cigarro no cinzeiro
E uma cara embriagada
No espelho do banheiro


Teus lábios são labirintos
Que atraem os meus instintos mais sacanas
O teu olhar sempre distante sempre me engana
É o fim do mundo todo dia da semana

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou se entender não vai aprovar. Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então, eu troco o meu amor por um punhado de boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos.

E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.

Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava deveria existir em algum lugar do planeta. Nem se fosse apenas dentro de mim... Mesmo se ele não existisse em canto algum, se eu, pelo menos,
pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas em que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor, e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banco do nosso amor, do nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.

No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio - é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo.

Mas se eu não atravessar isso agora, a minha escrita será uma grande mentira, as minhas histórias serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote. É a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os bonecos que foram nossos amigos um dia.

Agora em silêncio, tentando ensinar esses dragões a nadar.

domingo, 18 de outubro de 2009

"Algumas pessoas escutam notas e sentem coisas; outras veem o que ninguém vê; e há também outras com uma plaquinha escrito "dou conselhos."
Então pegue sua plaquinha, aumente o tamanho da letras e acostume-se com o seu dom."
-
É como o ar que eu respiro; é o ar que eu respiro; meu oxigênio; minha força; minha fé...
Minha redoma de vidro, minha proteção, meu refugio - me escondo, mas não me encontro e, por favor, não tentem me encontrar...


- . diz (04:15):


*Amanda, pelo amor de Deus


*não tenha crise de indentidade uma hora dessas!




Temos coisas boas por vir, mas elas só vem quando abrimos espaço pra elas. Às vezes nesse espaço entra uma coisa ruim, mas nunca tem espaço pra ela ficar.
Eu tenho a minha maneira de viver, errado ou não ... não concordo com padrões de certo e errado.
Mas eu falo de sentimentos...
Vale a mesma coisa. Por mais que a gente vá quebrar a cara no final, nada paga aquele sentimento bom de deitar a noite e dar aquele suspiro leve e gostoso.
É que... ah, eu não sei falar dessas coisas. É que eu não acredito que ... sabe?
Pra ser sincero, eu também não acredito... Mas ah, sei lá. Eu gosto de sonhar. Coisas impossíveis então, nossa... são maravilhosas! Ali, comigo... são coisas insignificantes, mas que me fazem bem.
Eu tenho um mundo imaginário que me faz bem, é que de repente ele mexeu com o real.
Bom, eu não gosto de viver no real, então não vivo. Passo 24h por dia no imaginário. Tô do lado de alguém e ao mesmo tempo, alí, imagino mil coisas... daí sempre tem aquele "se fizesse isso, eu faria aquilo."
Mas e quando a pessoa faz o que você imagina?
Essa é a parte em que isso se torna válido...

Vamos começar colocando um ponto final.
Pelo menos já é um sinal de que tudo na vida tem um fim.

Vamos acordar, hoje tem um sol diferente no céu gargalhando no carrossel, gritando "nada é tão triste assim."

Vamos celebrar nossa própria maneira de ser, essa luz que acabou de nascer quando aquela de trás apagou.

E vamos terminar inventando uma nova canção, nem que seja uma outra versão pra tentar entender que acabou.


É tudo novo de novo. Vamos jogar onde já caimos.

Tudo novo de novo.Vamos mergulhar do alto onde subimos.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

- Sabe a garota do copo de água?

- Sei.

- Se parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.

- Em alguém do quadro?

- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.

- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.

- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.

- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?
(O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009


Entre tanto amor


Entretanto a dúvida


A música que casou


Um certo surto que não veio...