sábado, 30 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Amargo, amargura.
Corri escovar os dentes, fiz bochecho. Nada adiantou.
O amargo não era na boca.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
De Fé
Eu, dentro de casa, com meus livros, minhas músicas - que você diz ser tristes, meu silêncio - que te irrita, assim como meu jeito sério; meu ciúme e meu choro fácil com-qualquer-coisa - que você até rí, porque não consegue entender como pode explodir tão fácil e tão forte, minha fala alta, minha impaciência, minha insônia por-qualquer-bobagem, minha mania de acordar tarde...
Você sempre com uma animação enorme, querendo sair, conhecer gente, ouvindo as músicas de-hoje-em-dia, raramente se emocionando, fazendo piada de coisa séria, acordando no máximo às 7h...
Estranhamente, convivemos até muito bem. Uma discussão alí, outra aqui, mas respiramos fundo pra não levar adiante...
Já briguei muito, bati de frente e, pra evitar te machucar, me recuei demais. Você, pra não invadir o meu espaço, se afastou.
Mas quando me encontro no limite, aos prantos largada no chão do quarto foi você que apareceu, sem saber o que está acontecendo, querendo me ajudar - mesmo com receio que eu não te queira alí - e são suas pernas que eu abracei e te pedi pra ficar alí comigo.
Foi você que me levantou, jogou água em meu rosto e não me deixou ficar trancada no quarto, em casa.
Você que esperou chegar de madrugada pra vir falar comigo sem ninguém atrapalhar, que se ofereceu pra dormir comigo, ficou segurando apertado em minhas mãos enquanto eu somente chorava...
E ainda me disse que sua maior dor for por terem me tirado de dentro de ti porque você tem medo de não conseguir mais me proteger.
Mas quando eu mais preciso, eu só tenho você... MÃE.
É tão doida que dela nasceram filhos."
(Clarice Lispector)
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Wonderland
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Utopia
Foi preciso algum tempo para encontrar palavras que (tentassem) respondesse.
- Eu vivo sob emoções e sobrevivo adiante delas. Vivo dentro de mim e sobrevivo no mundo.
- Então, você sobrevive?
- Exteriormente, sim.
- Como alguém pode viver no mundo dela?
Uma simples explicação, não explica.
sábado, 16 de outubro de 2010
Metade
Composição: Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Que a morte de tudo em que acredito
Que a música que ouço ao longe
Que as palavras que eu falo
Que essa minha vontade de ir embora
Que o medo da solidão se afaste,
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Que a arte nos aponte uma resposta
E que a minha loucura seja perdoada
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Refúgio.
Um, dois, três cigarros; música em volume máximo; dez, quize, trinta linhas, páginas escritas; várias letras perdidas, escondidas; estralo meus dedos, um a um, lentamente... Minhas mãos, não posso deixá-las livres, preciso de algo entre meus dedos, pois já quase não consigo controlar meus olhos.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Raça dos Desassossegados.
Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, uma vez alcançado seu quinhão, não sossegam: saem atrás da felicidade improvável, aquela que se promete contante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade.
Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem menos amor do que planejavam.
Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam antes de concordar e, quando discordam, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam.
Desassossegados não podem mais ver o telejornal que choram, não podem sair mais às ruas que temem, não podem aceitar tanta gente crua habitando os topos das pirâmides e tanta gente cozida em filas, em madrugadas e no silêncio dos bueiros.
Desassossegados vestem-se de qualquer jeito, arrancam a pele dos dedos com os dentes, homens e mulheres soterrados, cavando sua abertura, tentando abrir uma janela emperrada, inventando uns desafios diferentes para sentir sua vida empurrada, desassossegados voltados pra frente.
Desassossegados têm insônia e são gentis, lhes incomodam as verdades imutáveis, riem quando bebem, não enjoam, mas ficam tontos com tanta idéia solta, com tamanha esquizôfrenia, não se acomodam em rede, leito, lamentam a falta que faz uma paz inconsciente.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Labirinto
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Eu adoro voar!
Fly - Courtney Love
Look at me
I'm alive
I want to jump and I don't know why
Don't wanna live
Don't wanna die
Just wanna see if I can fly
I'm desperate
I'm glorious
I'm going down with up interest
Hold on to me
Hold on tight
And let's just see who gets out alive
Stupid
'Cause no cares
There's not a net
There's no one there, can you
Fly
You'll never reach me
I'm too high
It's my own myth and I'll decide
To finish what I've started
I know the meaning of life
Look at me
I'm gonna jump
There's not a net
I'm so far up
I'm glorious and I defy
Gravity to even try
It's though the fight
It's time and I
I want to go for the speed of life
Stupid
Yeah no cares
There's not a net
There's no one there, can you
Fly
You'll never reach me
I'm too high
It's my own myth and I'll decide
To finish what I've started
I know the meaning of life
Come in here from the light
I have to leave you behind
I know the meaning of life
It's dark but love is so light
It's dark but love is so light
Fly
You'll never reach me
I'm too high
It's my own myth and I'll decide
To finish what I've started
I know the meaning of life
I'm just a flash
Light of the sky
Now look at me
I'm still a fight
I hit the ground
And then sit
Around the six of the glorious
domingo, 10 de outubro de 2010
Corrói.
Composição: Caetano Veloso
Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E acertou no meio exato da garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme
Inspira... Um, dois, três, quat...
Está tudo bem. Quem imaginaria contrário?
Por dentro é que corrói.
Por um riso, um texto, um telefonema, uma foto, um bilhete; mínimos, eu sei... Sinto facas afiadíssimas perfurando-me.
Não posso falar, não tenho direito algum.
... ro, cinco, seis, set... chega! Só, as lágrimas podem escorrer.
sábado, 9 de outubro de 2010
Esperando tradução.
Estamos na beira ou já fomos atirados ao abismo?
Indo cada vez mais fundo. Mais pra baixo. Rumo a lugar nenhum - chegando ao nada.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
domingo, 3 de outubro de 2010
E o que eu penso?
Foi a primeira vez que votei e, confesso... Nunca me senti fazendo algo tão inútil. E parecia que via a mesma coisa na expressão da grande maioria das pessoas que observava.
Meus pais estão aqui ao lado assistindo tv e agora pouco ouvi algo como "já consquistamos a democracia..."
E sabe o que eu penso?
Democracia seria se cada um pudesse optar pelo ato de votar e, ao escolher não faze-lo, não tivesse que pagar multa alguma.