domingo, 28 de novembro de 2010

Assim não me faz mal, não.

... Você não sabe ao certo o que vê em mim, mas também não sabe ao certo o que não vê. Você sabe que pode ter uma mulher mais gostosa do que eu, mas por alguma razão prefere a gostosa garantida, aquela que ainda ri das suas piadas. Mesmo sendo as mesmas piadas de sempre.
Aí você me liga, com aquele ar descompromissado e meigo de quem só quer ir no cinema com uma velha amiga. Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas também não faço idéia do que não vejo. Eu posso ter um cara mais gostoso... Mas por alguma razão prefiro suas piadas velhas e seu jeito homem de ser. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um deslumbrado, um chato. Mas você é homem. E talvez seja só por isso que eu ainda te aguente...
E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

“Podemos julgar o coração de um homem pela forma como ele trata os animais.”
(Immanuel Kant)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Muros e Grades

Parece tão certo ser errado e tão errado ser certo.
O que é errado? E o que é certo?
Festa, risada... De repente é tudo tão normal.
Mas você se sente normal alí? Ou tão somente mais um a seguir as regras de normalidade que a sociedade emprega generalizadamente às pessoas em tal idade, tal escolaridade, tal local, tal época da vida, tal grupo?
Dar uma volta, ficar conversando em um lugar mais sossegado, ouvindo música, rindo porque estar alí é bom e não porque tal pessoa é desse ou daquele jeito, fez ou deixou de fazer aquilo... Aí não é normal, porque "olha a tua idade, olha a onde você está e vai ficar aí se comportando? Não seja esquisito." Mas você se sente esquisito ou simplesmente se sente você?
Encontre o discernimento nos atos, descubra o seu certo e o seu errado.
Em qual caminho você está?
Se olhe no espelho, veja seus olhos, levante a cabeça para sí e assuma seus erros.
Dê-se a chance de corrigi-los.



Muros e Grades - Engenheiros do Hawaíi

Nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia
O medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia
Então erguemos muros que nos dão a garantia
De que morreremos cheios de uma vida tão vazia

Nas grandes cidades de um país tão violento
Os muros e as grades nos protegem de quase tudo
Mas o quase tudo quase sempre é quase nada
E nada nos protege de uma vida sem sentido

Um dia super, uma noite super, uma vida superficial
Entre as sombras, entre as sobras da nossa escassez
Um dia super, uma noite super, uma vida superficial
Entre cobras, entre escombros da nossa solidez

Nas grandes cidades de um país tão irreal
Os muros e as grades nos protegem de nosso próprio mal
Levamos uma vida que não nos leva a nada
Levamos muito tempo pra descobrir
Que não é por aí... não é por nada não
Não, não pode ser... é claro que não é, será?

Meninos de rua, delírios de ruínas
Violência nua e crua, verdade clandestina
Delírios de ruína, delitos e delícias
A violência travestida faz seu trottoir
Em armas de brinquedo, medo de brincar
Em anúncios luminosos, lâminas de barbear

Viver assim é um absurdo como outro qualquer
Como tentar o suicídio ou amar uma mulher
Viver assim é um absurdo como outro qualquer
Como lutar pelo poder
Lutar como puder



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Toca Raul!

Quando tinha dois anos não podia ver um palco e um microfone que, independente do lugar e das pessoas, logo pedia para cantar e sempre cantava essa música e agora tô me perguntando se era possível que eu tivesse o mínimo de noção sobre a mensagem que ela passa.
Tô com a impressão de que o trem já passou e eu não enxergo quem ficou, quem partiu, quem chorou ou quem sorriu.

O Trem das 7
Composição: Raul Seixas

Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem
Ói, ói o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho éon

Ói, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem
Ói, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem

Quem vai chorar, quem vai sorrir ?
Quem vai ficar, quem vai partir ?
Pois o trem está chegando, tá chegando na estação
É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão

Ói, olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar

Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões
Ói, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil megatons

Ói, olhe o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral

Amém.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Maysa


Desde pequena conhecia algumas canções e um pouco da história, pois minha vó (responsável por me apresentar o lado bom, a cultura da música - especialmente brasileira) era grande fã da Maysa. Com a minissérie Maysa- Quando fala o coração, passei a apreciar ainda mais a cantora, pela sua música e mais pela sua personalidade!
Algumas frases retiradas da minissérie:


Tudo que eu gosto tem sabor de pecado, é feio, censurado, fora da lei, engorda e faz mal pra saúde…

Existem tantas pessoas nesse mundo que se eu fosse ser o que cada um pensa de mim eu seria várias. Mas não, eu sou só uma. Só não sei qual delas.

Apanhei, apanhei sempre. E não aprendi nunca. Sim, vou morrer brigando, mas sem abaixar a cabeça.

Queria amar sem sofrer, com calma…
mas não tem jeito, eu não sou assim…
Sou passional em tudo que sinto, em tudo que faço.

Liberdade é correr riscos, é viver em fulga, é viver escondendo-se de tudos e de todos, é viver imensamente todas as loucuras maravilhosas do perigo e do proibido!

Eu odeio pessoas que entram num bar e não bebem. Eu odeio testemunhas… Um bar é um templo: entrou, tem que beber!

Eu considero masoquismo aturar sem queixa uma porção de pessoas, eu detesto gente burra e vivo me encontrando com elas.

- Meu whisk onde está ?
- Na sua mão Maysa.
- Eu to falando da garrafa.

Há gritos incríveis dentro de mim, que me povoam da mais imensa solidão.

Adão e Eva cansados do marasmo e da monotonia da vida que viviam, tendo o fruto proibido como tentação, resolveram comer a merenda antes do recreio. O que aconteceu? Foram expulsos do paríso. Mas deram graças ao bom Deus, se livraram das folhas de parreira e passaram a viver permanentemente em festa, porque o paraíso é um saco.

Legal? Ou ilegal? Que seja!

Me deixe só, errada e complicada.

Só digo o que penso, só falo o que gosto e aquilo que penso.

Eu não gosto de conto-de-fadas, meu negócio é a realidade.

Não vou te esquecer nunca. Porque um canalha a gente nunca esquece.

Quando eu era pequena queria ser homem , negro, pianista e bebado. Homem, pianista e negro eu não consegui, agora bebado…

Nunca haja pela razão, ela é fria e muitas vezes indiferente, haja sempre pelo coração.

Esse papo de sublimidade, pureza, integridade e desinteresse, não passam de belos disfarces para as segundas intenções.

Vocês homens não são de nada. Quando encontram uma mulher de verdade, que fala o que pensa, broxam.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

All you need...


Percebi que cuidar do próximo é a melhor forma de esquecer os próprios problemas e, melhor ainda, se isto for feito com muito bom humor e principalmente amor.

Quando você cuida de alguém que realmente está precisando, você vira um herói. Porque o arquétipo de herói é a pessoa que, se precisar, enfrenta a escuridão e segue com amor e coragem porque acredita que algo pode ser mudado para melhor.

(Patch Adams - O amor é contagioso)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sing to me the song of the stars.


O Sol entra pela varanda de cortinas afastadas.
Recorda-se a minha sombra incerta, perto do piano, ao canto da sala.
Deslizo suavemente os dedos pelas teclas, o som propaga-se inocente e pueril. Desafinado pela falta de uso.
Letras de música soltas.
Páginas em branco.
Branco o coração que escuta a melodia.
Negro sustenido pela
tua ausência.
Sento-me.
A música passa pelos dedos até chegar a ti. - Onde quer que estejas.

Uma clave de sol pousa-me no olhar, música à flor da pele pelos teus dedos tocada.


Desconheço o autor, mas agradeço quem me mostrou o texto e as mais belas notas tocadas.


Ou entre, ou saia
Mas feche a porta
... Está ventando!

(A História sem Fim - Michael Ende)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Linha Tênue


Talvez quem não olhe nos olhos está sendo mais sincero do que os que desejam mostrar sinceridade, pois não está demonstrando ser o que não é.


Olha-se nos olhos de alguém para mostrar a sinceridade, não só do que se fala, mas do que se sente; Olha-se nos olhos para admirar, para descobrir todos os encantos que há na pessoa olhada; Olha-se nos olhos de maneira sutil, mas tão a fundo que às vezes é necessário desviar seu olhar para não deixar que as emoções vazem.

Olha-se nos olhos de alguém buscando encantar, consegue trazer brilho ao olhar; Utiliza-se de uma delicadeza mascarada e envolve a pessoa.

Um só enxerga a pessoa, o outro só vê a sí próprio refletindo no olhar de alguém, não vê ninguém a sua frente - ninguém que não seja apenas mais um que ele vai conseguir que se deixe encantar por um brilho de egoísmo, um sorriso de sarcasmo e palavras ensaiadas.

Bem-me-quer. Mal-me-quer.
Você sabe escolher qual pétala deixar?
Você realmente sabe?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

In the time of my life.

- Lembra quando a gente não se desgrudava e as pessoas achavam que éramos irmãos, namorados?
A gente ria, chorava, cantava, fazia planos... lembra?

- Lembro a todo momento.

- Por que a gente se separou?

- Não sei. Mas sei que nunca quis isso. O que quero é você sempre perto.

- Eu também. - Pensou por um tempo - Será que a gente cresceu?

- Sei foi isso, então cresci de um modo completamente diferente do que eu queria.

- Eu também. Mas isso a gente não escolhe, se adapta ... Será?

- Até agora eu não consegui me adaptar.

- É, eu também não.

- Sinto muita falta de você.

- Eu também sinto a sua.

- O que a gente faz?

- Não sei.

- O problema é que se ficar no não sei, se não fizermos nada, vamos acabar cada vez mais distantes.

- Eu sei, mas como é que vou fazer alguma coisa agora?

- Estamos na mesma cidade e tá desse jeito, a distância não está sendo só física... Isso que dói mais.

- Esse é o problema, entende?

- Não sei se entendo... Me explica?

- Se eu não entendo...
Como você quer?

- Você perto. Mesmo que eu esteja aqui e você do outro lado do mundo.
Quero aquela magia, sabe?
Não sei descrever, mas acredito que você entenda.

- E entendo.

- Eu assumi tanta coisa, mas tanta coisa que hoje não dou conta de nada... Nem de mim.

- E o que fazer?

- Agora a gente espera? Ou não?

- Esperar o quê? É infantil, mas mesmo da forma como tá, sempre que paro pra pensar no meu futuro você está comigo.

- Eu sei como é. É como fazer parte, entende?



"Como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar". (Clarice Lispector - A Paixão Segundo GH)

Um dia...


... percebemos que beijar uma pessoa pra esquecer outra é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela!
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer.
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável.
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples.
Um dia percebemos que o comum não nos atrai.
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom.
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você.
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..." !!
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso.
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais.
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos
todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida
ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras!
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

Mário Quintana

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

- E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

- Porque eu sou tímida.

(Rita Apoena)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Autonomia.

Minha saúde não é de ferro, não
Mas meus nervos são de aço.
Pra pedir silêncio eu berro.
Pra fazer barulho,
EU MESMA FAÇO!!!

E que dia não tem Clarice?

"Que os mortos me ajudem a suportar o quase insuportável, já que de nada me valem os vivos."